O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, inaugurou nesta quarta-feira (21) a reunião de chanceleres do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo. Em seu discurso, Vieira teceu duras críticas à paralisia da ONU e defendeu a resolução pacífica de conflitos, como os da Ucrânia e da Palestina.
“O Brasil não aceita um mundo em que as diferenças sejam resolvidas pela força militar”, afirmou Vieira, destacando que as posições do país sobre esses conflitos já foram expostas em fóruns internacionais como o Conselho de Segurança da ONU.
O ministro também criticou o alto investimento global em gastos militares, que ultrapassam US$ 2 trilhões por ano, enquanto os programas de ajuda da Assistência Oficial ao Desenvolvimento (AOD) permanecem estagnados em torno de US$ 60 bilhões anuais. “Isso é menos de 3% dos gastos militares”, ressaltou Vieira.
Vieira destacou a importância da cooperação pacífica em diferentes regiões do mundo, como América Latina, África, Sudeste Asiático e Oceania, e defendeu que as vozes dessas regiões sejam ouvidas com atenção nos fóruns internacionais.
Ao final de seu discurso, Vieira fez um apelo aos países do G20 para que rejeitem publicamente o uso da força, a intimidação, as sanções unilaterais, a espionagem e a manipulação em massa de mídias sociais como forma de lidar com as relações internacionais.
Sobre o G20:
O G20 é um grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, que se reúnem anualmente para discutir temas de interesse global, como economia, finanças, comércio, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas. O grupo representa cerca de 80% do PIB mundial e 2/3 da população do planeta.