Os Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle (AFFC) reafirmaram sua posição na luta pela valorização da carreira ao rejeitarem, pela segunda vez, a proposta de reajuste salarial oferecida pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI). Em uma votação eletrônica realizada nesta sexta-feira, 23 de agosto, a categoria decidiu, com 52,6% dos votos, recusar a oferta que previa reajustes de 11% a 23%.
Resultados da Votação e Sentimento da Categoria
Com a participação de 2.776 servidores, a votação revelou uma divisão significativa dentro da carreira. Além dos 52,6% que votaram pela rejeição, 46,9% se manifestaram a favor da proposta, enquanto 0,39% se abstiveram. A recusa à oferta do governo destaca a insatisfação com o percentual proposto e com a falta de disposição do MGI em negociar outras demandas da categoria, como a exigência de nível superior para ingresso no cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle (TFFC).
“A distribuição dos votos mostra que a carreira entende que o processo de valorização não se resume a um único caminho, o que nos abre novas possibilidades de atuação”, declarou Rudinei Marques, presidente do Unacon Sindical.
Rejeição ao Proposta e Mobilização Escalada
A frustração dos servidores não se limita ao reajuste insuficiente, mas também à percepção de que a carreira está sendo desvalorizada em comparação com outras de mesmo nível dentro da Administração Federal. Em uma reunião recente com o secretário de Relações do Trabalho do MGI, José Lopes Feijóo, os dirigentes sindicais alertaram para o crescente descontentamento e o aumento da mobilização.
“Humilhação é o que sentimos ao perceber que, mesmo após 15 anos, ainda vale a pena sair da carreira e prestar concurso para cargos correlatos. Mas o que tenho para dizer hoje é que a mobilização escalou e ganhou organicidade”, enfatizou Marques, referindo-se aos quase 500 pedidos de exoneração já protocolados.
Próximos Passos na Luta pela Valorização
Com o resultado da votação, o Conselho de Delegados Sindical e o Comando Nacional de Mobilização e Greve se reunirão de forma extraordinária até a próxima segunda-feira, 26 de agosto, para definir as próximas ações do movimento. Uma nova assembleia geral será convocada, onde os servidores discutirão as estratégias para pressionar o governo a atender suas demandas.
A rejeição à proposta do MGI sinaliza que os Auditores e Técnicos Federais de Finanças e Controle estão dispostos a intensificar a luta por melhores condições e reconhecimento. O descontentamento com a oferta atual e a falta de diálogo sobre questões não remuneratórias apontam para uma mobilização contínua, com possíveis impactos significativos na Administração Pública Federal.