O Ibovespa fechou o mês de agosto em alta, com um avanço de 6,54%, consolidando-se como o melhor mês de 2024 até agora. Na última sessão do mês, o índice mostrou força nos momentos finais, encerrando com uma leve queda de 0,03%, aos 136.004,01 pontos. Esse desempenho garantiu uma semana positiva, acumulando uma alta de 0,29%, marcando a quarta semana consecutiva de ganhos.
Rali impulsionado por expectativas sobre o Federal Reserve
O rali observado em agosto foi impulsionado principalmente pela crescente expectativa de que o Federal Reserve dos Estados Unidos começará a reduzir as taxas de juros em setembro. A possibilidade de cortes nos juros alimentou o apetite por ativos de risco, resultando em uma entrada líquida de investidores estrangeiros de R$ 9,66 bilhões na B3 até o dia 28 de agosto.
Análise e perspectivas
Segundo o UBS Wealth Management no Brasil, a mudança em direção a ativos de risco em agosto reforça a tese de que a conclusão do ciclo de alta de juros nos EUA será crucial para desbloquear ganhos potenciais globalmente. O Ibovespa ultrapassou os 137 mil pontos pela primeira vez, e o desempenho do mês foi o melhor desde os 12,54% registrados em novembro de 2023.
Movimento do dólar e cenário internacional
O dólar comercial encerrou a quinta sessão consecutiva de alta, com uma valorização de 0,17%, cotado a R$ 5,633. Nem mesmo as intervenções do Banco Central, que realizou duas operações extras de venda de dólares, foram suficientes para conter o avanço da moeda norte-americana.
No cenário internacional, os mercados acompanharam atentamente os dados de inflação nos EUA, que vieram em linha com as expectativas, mas ainda acima da meta do Fed. O índice de preços de consumo pessoal (PCE) reforçou as apostas de um corte de juros mais agressivo em setembro, possivelmente de 0,5 ponto percentual, conforme análise do Bradesco. Enquanto isso, na Europa, a desaceleração da inflação gerou especulações sobre uma possível redução de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) também em setembro.
Cenário fiscal no Brasil
No Brasil, a preocupação com a situação fiscal continua. O resultado fiscal de julho foi pior do que o esperado, e a dívida pública atingiu 78,5% do PIB. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou que, caso todas as propostas fiscais do governo tivessem sido aprovadas pelo Congresso, o déficit estaria zerado neste ano.