O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou o mês de novembro com alta de 12,54%, o maior salto em um mês desde novembro de 2020. No ano, o índice acumula alta de 16,04%.
O dólar, por outro lado, fechou o mês com queda acumulada de 2,5%, após três meses seguidos de alta. Em 2023, a moeda americana acumula perdas de 6,91% frente ao real.
O que explica esses movimentos?
No caso do Ibovespa, a alta foi impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo:
- Cenário internacional: há uma perspectiva de desaceleração gradual do crescimento econômico global, o que pode ajudar a diminuir os juros lá fora. Isso é positivo para as ações brasileiras, que são mais sensíveis a mudanças na taxa de juros.
- Redução do risco fiscal: membros do governo afirmaram que a meta de superávit primário para 2024 será mantida. Isso reduz a incerteza sobre as contas públicas e, consequentemente, o risco de uma recessão econômica.
- Expectativas positivas para a Black Friday: as ações do varejo despontaram em novembro, em meio às expectativas com a Black Friday.
Já a queda do dólar pode ser explicada por dois fatores principais:
- Dados de inflação dos EUA: o índice de preços dos gastos com consumo (PCE) ficou inalterado em outubro, depois de subir 0,4% no mês anterior. Isso sugere que a inflação nos EUA está desacelerando, o que reduz a pressão sobre o Federal Reserve para aumentar os juros.
- Movimento normal de valorização do dólar nesta época do ano: é o momento em que empresas e fundos costumam ter maior demanda pela moeda americana conforme se preparam para enviar remessas de recursos para o exterior.
No entanto, a questão fiscal ainda preocupa os investidores e se mantém no radar. Ontem (29), o Senado aprovou o projeto sobre tributação de fundos exclusivos e de offshores. O texto agora segue para sanção presidencial.
“Ainda há diversas medidas que o governo precisa aprovar para viabilizar a meta fiscal”, alertou o Citi em relatório a clientes.