Os resultados do terceiro trimestre de 2023 dos cinco maiores bancos do Brasil mostraram um crescimento tímido, mas positivo, em comparação ao mesmo período do ano passado. A margem financeira bruta, principal indicador de rentabilidade do setor, cresceu 3,1% no trimestre, para R$ 28,4 bilhões.
O destaque positivo ficou para Itaú e Banco do Brasil, que registraram os maiores crescimentos da margem financeira bruta, tanto em comparação anual quanto trimestral.
A melhoria nos resultados desses bancos foi impulsionada principalmente pelo crescimento da carteira de crédito, mesmo em um contexto de conservadorismo na concessão de crédito.
Bradesco e Santander, por outro lado, apresentaram crescimentos mais modestos da margem financeira bruta, devido à estratégia mais seletiva na oferta de crédito, com foco em linhas de menor risco e colateralizadas.
No segmento de crédito, observa-se uma abordagem mais conservadora na originação de crédito, com redução da representatividade do cartão de crédito na carteira e concentração em produtos menos arriscados e colateralizados. No segmento de Pessoa Jurídica (PJ), houve uma diminuição no crédito para capital de giro.
Inadimplência
Em relação à inadimplência, os resultados do terceiro trimestre mostraram estabilidade, com as taxas de inadimplência mantendo-se em patamares elevados.
O destaque positivo ficou para Itaú, que apresentou estabilidade nas taxas de inadimplência em todos os segmentos de atuação.
Bradesco e Santander também registraram estabilidade nas taxas de inadimplência, exceto no segmento de Micro e Pequenas Empresas (MPEs), que apresentou um acréscimo trimestral de 0,1 ponto percentual.
O Banco do Brasil, por outro lado, registrou um aumento da taxa de inadimplência de 0,2 ponto percentual no trimestre, influenciado principalmente pelo aumento da inadimplência no segmento de Pessoa Jurídica (PJ).
Próximos passos
O início do ciclo de redução da taxa Selic, iniciado em agosto, deve contribuir para a melhora dos resultados do setor bancário no médio prazo.
No entanto, é importante ressaltar que o setor ainda enfrenta desafios relacionados aos elevados níveis de inadimplência, que podem continuar pressionando os resultados no curto prazo.
Além disso, a desaceleração da economia brasileira também pode impactar negativamente os resultados do setor, já que pode levar a uma redução da demanda por crédito.