De acordo com a avaliação do Goldman Sachs, a nova metodologia de cálculo de risco operacional pelos bancos, divulgada pelo Banco Central em novembro de 2023, terá um impacto maior para instituições do segmento S3 do que para as do S1, em termos proporcionais.
O segmento S3 é composto por instituições com menor porte e menor complexidade, como as fintechs. Já o segmento S1 é composto pelos grandes bancos, como o Banco do Brasil, o Bradesco, o Itaú Unibanco e o Santander Brasil.
O Goldman Sachs estima que o índice de capital do Nubank (ROXO34), uma instituição do segmento S3, cairia em 1,35 ponto porcentual com a nova regra. Já o índice de capital da XP, outra instituição do segmento S3, cairia em 1,27 ponto.
Bancos tradicionais também terão que aumentar capital
No segmento S1, o impacto seria menor, mas ainda significativo. O Goldman Sachs estima que o índice de capital do Banco do Brasil (BBAS3) cairia em 0,61 ponto, o do Bradesco (BBDC4) cairia em 0,39 ponto, o do BTG Pactual (BPAC11) cairia em 0,37 ponto, o do Itaú Unibanco (ITUB4) cairia em 0,36 ponto e o do Santander Brasil (SANB11) cairia em 0,24 ponto.
Os cálculos do Goldman Sachs consideram uma divisão proporcional do impacto estimado pelo BC, de R$ 34 bilhões, entre as instituições. Essa proporcionalidade foi definida de acordo com a participação de cada agente no risco operacional do setor de acordo com a antiga metodologia.
O Goldman Sachs afirma que com as mudanças, não é possível estimar o impacto de forma individualizada.
O risco operacional inclui eventos externos, falhas e deficiências em processos internos, pessoas ou sistemas e também os riscos legais, como os de caráter trabalhista. A nova regra de cálculo é parte da implementação das normas de Basileia III no Brasil, e será implementada de forma gradual, entre 2025 e 2028.
As instituições do setor financeiro terão que adotar medidas para mitigar o impacto da nova regra, como melhorar seus processos internos e controles, e investir em tecnologia.